Mulheres no topo do mundo

A coragem e a determinação têm motivado e empoderado a existência da presença feminina em lugares inimagináveis para alguns, mas não para elas.

Por Keli Silveira

O que eu sei sobre subir montanhas?

Sou uma paulistana que transita entre o urbano e o mato. Na verdade, considero os recursos naturais uma terapia, cura e autoconhecimento. Na imersão junto à natureza tenho um encontro marcado com minha essência.

Não me lembro ao certo quando me encantei pelo montanhismo, o que posso afirmar é que essa prática me levou a cuidar mais do corpo e da mente. Imaginem a falta que me tem feito nesta quarentena.

A estreia aqui no Linha8 só podia ser com um mimo a essa mulherada que tanto admiro.

Que a coragem e a determinação têm motivado e empoderado a existência da presença feminina em lugares inimagináveis para alguns, mas não para elas.

Trilhar um caminho escolhido por nós mesmas parece assustador. E é! O desafio se torna ainda maior, quando precisamos a todo instante provar que somos capazes, competentes, inteligentes, líderes e dignas de chegar ao ápice pelo próprio esforço e merecimento.

Foto tirada no Pico da Bandeira, o 3° ponto mais alto do Brasil. Neste dia, trilhei com mais 4 amigas e um guia. Superação e felicidade. Foto: Arquivo pessoal

Aproveito este espaço para enaltecer a coragem, a disposição e a bravura das mulheres que encaram muitas subidas e descidas no ciclo da vida para alcançarem o ponto mais alto que almejam, passando por momentos de níveis fáceis, moderados e difíceis.

Ser mulher no Brasil e no mundo é bem puxado. Enfrentamos as desigualdades (nas tarefas domésticas, na remuneração salarial, e em outras situações); os julgamentos; os vários tipos de violência; a inversão de valores (“- Foi estuprada? Também olha a roupa que ela usava”, é apenas um dos exemplos dolorosos e revoltantes); e as cobranças que chegam a beirar a imposição da perfeição inatingível para qualquer ser humano.

 

O meu desejo é que a gente tenha a oportunidade de atingir metas levando em conta o que nos traz felicidade. Para tanto, é preciso escalarmos as fases da jornada nos desviando de preconceitos, das injustiças e de tudo aquilo que acham que é melhor para nós.

Mana, se pretende casar, case; ficar solteira, fique; não ter filho, não tenha; exercer uma profissão que associam aos homens, exerça; amar uma pessoa do mesmo sexo, ame; deixar seu cabelo no estilo que combine com sua ancestralidade, deixe; ter o corpo do jeito que te agrade, tenha; enfim, viva plena com suas escolhas. Vista-se de autoestima e saia para dançar com a liberdade.

Trace a rota dos seus dias, dos seus sonhos, e corra atrás sem se preocupar com o que dizem os tais padrões. Chega dessa limitação de estereótipos!

Em mais uma alusão ao montanhismo… a escalada costuma ser árdua, mas durante a trilha apreciamos paisagens de diferentes belezas, que nos proporcionam vários aprendizados com seus altos e baixos, e estão presentes nas pedras, nos rios, nos morros, nas cachoeiras, nos mares e no céu. Não é à toa que a Natureza é um substantivo feminino, chamada por muitos de Mãe. Ela acolhe as pessoas independente de gênero, classe social, títulos ou status. Nossa força vem dela, entendem um dos porquês da nossa potência?

Seja você uma garota, uma guerreira, uma diva, uma girl power ou um mulherão, enfrente as situações que vão surgir mesmo que possam parecer vulcões, avalanches, temperaturas extremas, tempestades e ventos desfavoráveis. Vá, Viaje nas suas conquistas, especialmente naquelas que fazem o coração pulsar mais forte, porque o seu lugar é onde você escolhe estar.

É nessa hora que o medo, as dificuldades e as inseguranças ficam para trás. A recompensa ao colocar os pés no topo é enxergar a imensidão do que é viver com nossas limitações e nossas potencialidades, e o quão o mundo é de todos e nos pertence também.

Montanhe-se!

Vá, viaje!

Keli Silveira
Sou tagarela, jornalista, apresentadora e tenho alma de viajante. Então, pensei: posso ser criadora de conteúdo de viagem. Deixei de lado as críticas, agarrei os incentivos de amigos e familiares que torcem por mim, e decidi compartilhar dicas de uma trilheira curiosa, aventureira, consciente e amante de experiências em outras culturas, crenças e locais. Nasceu o @va_viaje, no facebook, no instagram e no blog.

 

 

Linha 8
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2 COMENTÁRIOS

  1. Adorei o texto, é isso mesmo Keli, viver sem as limitações impostas, acreditar que somos livres para seguir nossos sonhos e realizá-los.
    Aproveitar a trajetória e curtir a beleza e satisfação de uma chegada ao topo, seja ele qual for em nossas vidas.

    • Sim, Denise. Não é sobre ser melhores que os homens, nossa busca é por igualdade. Queremos sonhar e realizar sem que nos imponham padrões e o que achem que é melhor para nós. Que você alcance muitos dos seus objetivos. Beijo

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